Virgínia Fonseca depõe na CPI das Apostas e nega irregularidades com casas de apostas online

A influenciadora Virgínia Fonseca falou na CPI das Apostas sobre seus contratos com empresas como Blaze e Esportes da Sorte. Ela negou irregularidades e ressaltou que sempre alertou os seguidores sobre os perigos das apostas esportivas. A CPI segue investigando o papel dos influenciadores digitais na disseminação do jogo online.

A influenciadora digital Virgínia Fonseca, que soma mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais, compareceu nesta terça-feira (13) ao Senado para prestar depoimento à CPI das Apostas Esportivas, conhecida também como CPI das Bets. Durante a sessão, ela esclareceu pontos sobre seus contratos com plataformas como Blaze e Esportes da Sorte, além de explicar como lida com a publicidade de apostas online.

A comissão busca entender o impacto da atuação de influenciadores digitais na promoção de jogos de azar, especialmente entre jovens e públicos vulneráveis.


Principais pontos do depoimento de Virgínia Fonseca:

1. Por que a CPI chamou Virgínia Fonseca?

A comissão decidiu convocar Virgínia após perceber o crescimento de campanhas publicitárias de apostas em redes sociais. A senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, destacou a preocupação com a influência dessas campanhas na saúde mental da população.

Segundo ela, influenciadores têm promovido apostas esportivas online sem alertar adequadamente sobre os riscos, o que pode agravar problemas como vício em jogos.

2. Virgínia recebeu bônus com base nas perdas dos apostadores?

Não. A influenciadora negou qualquer cláusula de remuneração atrelada à perda de usuários. Ela explicou que seu contrato com a Esportes da Sorte previa um valor fixo. Além disso, só haveria bônus caso a empresa dobrasse seus lucros — o que, segundo ela, nunca ocorreu.

Essa cláusula ficou conhecida como “cláusula da desgraça”, e se tornou um dos principais focos de questionamento da CPI.

3. Ela alertava sobre os riscos das apostas?

Sim. Virgínia afirmou que sempre mencionou os riscos envolvidos nas apostas esportivas. Em todas as suas publicações, ela incluiu alertas sobre a possibilidade de perda de dinheiro e reforçou que os jogos são proibidos para menores de 18 anos.

Ela também disse seguir as diretrizes do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

“Sempre deixei claro que o jogo envolve riscos. É para maiores de idade e exige responsabilidade”, afirmou.

4. As contas que ela usava eram manipuladas?

Não. Virgínia esclareceu que utilizava contas fornecidas pelas próprias plataformas de apostas. Essas contas eram criadas exclusivamente para fins publicitários e serviam para simular apostas em vídeos e stories.

Ela garantiu que as simulações não tinham objetivo de enganar o público.

5. Virgínia continuará promovendo apostas?

Por enquanto, ela avalia novas propostas com mais cautela. Durante o depoimento, afirmou que não pretende firmar novos contratos sem antes analisar os riscos. Mesmo assim, disse que não se arrepende das parcerias anteriores, pois acredita ter cumprido as obrigações legais e contratuais.

“Eu não tenho como evitar que alguém perca dinheiro. Só posso alertar”, completou.


O que acontece a partir de agora?

A CPI das Apostas Esportivas continuará ouvindo influenciadores digitais, representantes de plataformas de apostas online como Blaze e Esportes da Sorte, e especialistas em marketing digital. O foco principal está na regulamentação da publicidade de jogos de azar nas redes sociais.

Além disso, os senadores devem apresentar propostas para proteger os consumidores, especialmente os mais jovens, de campanhas que incentivem apostas sem controle.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *