Resumo:
José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e símbolo da esquerda latino-americana, morreu aos 89 anos nesta terça-feira (13). Conhecido por sua vida simples e discurso humanista, Mujica enfrentava um câncer no esôfago em estágio avançado. Seu legado político e pessoal continua a inspirar o mundo.
Uma vida marcada por lutas, ideias e simplicidade
O Uruguai perdeu, nesta terça-feira (13), um de seus maiores líderes políticos. José Mujica, conhecido mundialmente como Pepe Mujica, faleceu aos 89 anos. Ele enfrentava um câncer no esôfago e estava em cuidados paliativos desde abril.
Desde que assumiu a presidência do país, entre 2010 e 2015, Mujica se destacou pelo estilo de vida humilde, suas falas sinceras e sua luta por justiça social. Em vez de viver no palácio presidencial, escolheu permanecer em seu sítio, dirigindo um Fusca e doando grande parte do seu salário.
De guerrilheiro à presidência do Uruguai
Mujica começou sua trajetória política como integrante do grupo guerrilheiro Tupamaros, nos anos 60. Por causa disso, passou 14 anos preso durante a ditadura militar. Após a redemocratização, em 1985, ele ingressou na política institucional. Com o tempo, tornou-se deputado, senador, ministro da Agricultura e, finalmente, presidente.
Um governo voltado para a igualdade social
Durante seu mandato, Mujica implementou políticas progressistas. Entre elas, destacam-se a legalização da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o fortalecimento de programas sociais. Mesmo no poder, manteve um discurso coerente com suas ações, ganhando o respeito internacional.
Além disso, ele utilizava uma linguagem acessível ao povo, o que reforçava ainda mais sua popularidade. Enquanto outros líderes buscavam status, Mujica seguia cultivando hortaliças e pregando o consumo consciente.
Pensamento e legado de José Mujica
Mujica costumava dizer que o importante na vida era ser feliz com o essencial. Sua filosofia de vida inspirou muitos ao redor do mundo. Ele criticava o consumismo, defendia o meio ambiente e se colocava ao lado dos mais pobres.
Mesmo fora da presidência, continuou participando do debate público, principalmente sobre ética, liberdade e dignidade humana.
Câncer e últimos dias
Em abril de 2024, Mujica anunciou publicamente que enfrentava um câncer no esôfago. Por já viver com uma doença autoimune, o tratamento convencional seria arriscado. Por isso, ele optou por cuidados paliativos.
Segundo sua esposa, a também ex-senadora Lucía Topolansky, Mujica enfrentou a doença com serenidade e passou seus últimos dias em paz.
Repercussão internacional
Líderes de diversos países expressaram luto e admiração. Além disso, milhares de pessoas foram às redes sociais para prestar homenagens. Muitos destacaram o exemplo de honestidade e coerência deixado por Mujica.