Banco Central eleva a Selic para 14,75% ao ano, maior nível desde 2006. A alta dos juros encarece empréstimos, cartões e financiamentos, afetando diretamente o bolso da população.
O Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (7), aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano. Esse é o maior patamar em quase 20 anos, e a medida foi aprovada por unanimidade pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Por que a Selic subiu?
De acordo com o BC, o aumento foi necessário por diversos motivos. Entre eles:
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Inflação acima da meta;
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Crescimento econômico mais forte que o esperado;
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Mercado de trabalho aquecido, com desemprego em queda;
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Cenário internacional instável, com incertezas vindas dos Estados Unidos.
Ou seja, o Banco Central entende que, para controlar a inflação, os juros precisam continuar elevados por mais tempo.
Como isso afeta o seu dia a dia?
Na prática, o aumento da Selic torna o crédito mais caro. Isso significa que:
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As parcelas no cartão de crédito ficam mais pesadas;
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Empréstimos pessoais e consignados sobem de valor;
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Financiamentos de imóveis e veículos também encarecem.
Além disso, quem está endividado pode ter mais dificuldade para renegociar ou quitar dívidas. Portanto, é hora de evitar novas despesas financiadas e repensar o orçamento.
E os investimentos?
Por outro lado, há impactos positivos para quem investe. Com juros altos:
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CDBs, LCIs, LCAs e Tesouro Selic oferecem retornos mais atrativos;
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Fundos de renda fixa também tendem a render mais.
Entretanto, é importante manter atenção à liquidez e ao risco de cada aplicação. Rentabilidade alta não deve ser o único critério de escolha.
O que esperar daqui pra frente?
Embora o aumento da Selic indique um tom mais duro do BC, a autoridade monetária não garantiu o fim do ciclo de alta dos juros. Isso porque o cenário ainda é instável.
A próxima reunião do Copom acontece nos dias 17 e 18 de junho, e até lá o Banco Central deve analisar os dados econômicos mais recentes.
Além disso, o BC revisou para baixo a projeção da inflação de 2026, que agora está em 3,6%. Mesmo assim, a incerteza global e as políticas econômicas dos EUA continuam gerando riscos para os próximos meses.
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Evite se endividar agora — o crédito está caro;
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Reforce sua reserva de emergência, se possível;
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Aproveite oportunidades de renda fixa, mas com cautela;
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Acompanhe a próxima reunião do Copom, pois novas mudanças podem vir.